segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Os olhos da felicidade augusta

“As menores coisas da vida podem ser as mais importante”, repetia a si mesmo o jovem augustiniano. Em sua terra Augustia todos viviam em termos comuns, a alegria de um era a alegria de outro, e a tristeza do outro era motivo de buscar meios para fazê-lo sorrir, assim vivia esse representante de uma geração de vitoriosos.
 O tempo levara-lhe a, provisoriamente, instalar-se em casa de familiares, onde receberia cuidados e instrução para sua melhor contribuição à sua tribo, estudava com afinco e determinação, julgava que os lucros e dividendos dessa empreitada seriam o conhecimento e a teoria que obteria desse tempo. Encantava-se com o que via, mas algo lhe faltava, estava a conquistar seu quinhão no mundo, mas com quem dividiria isso, agora que se encontrava em meio hostil em relação a sua outrora realidade? Buscava adequar-se, no afã de não se isolar. Inicialmente pensou em tentar mudar os que escolhera, mas observava que os mesmo terminavam por buscar distancia de si, e descobrira que a única pessoa que podia mudar era ele mesmo, em prol do relacionamento com outros e do senso comum, mas sabia que devemos nos questionar se vale a pena essa mudança, e se muitas vezes ela não implicaria em violência e agressão a nossa personalidade. Essa realidade entristecia-lhe: como ir de encontro com o que acreditava para encontrar aqueles que participariam de suas conquistas? Se aqueles mesmos eram os que ele desejava compartilhar do que agora obtinha, se mudasse não seria mais ele, se não mudasse seria excluído dentre os que ele almejava estar próximo. Seus olhos brilhantes naturalmente, agora brilhavam ainda mais, dessa vez pela companhia que as lágrimas lhes faziam. Sofria, mas sorria também, afinal como os de seu povo, encontrava tempo pra sorrir com os que sorriam, mas ao se ver triste o que pensava e movia-lhe era a certeza de que dentro de si havia algo que traria de volta seu sorriso, a certeza de ser imagem e semelhança de Deus.

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