sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O sábio e o guru


Havia em remotas terras ao sul um homem sábio. Todos quando encontravam dúvidas iam até ele, e ele nunca era precipitado em aconselhar os que lhe buscavam. Sempre meditava, buscava relembrar das experiências que passara e as que recebera de seus pais. Não era mais que um menino crescido, mas todos reconheciam ali sua sabedoria. Vivia uma vida simples, de simples e bons hábitos, acordava, banhava-se, vestia-se sobriamente e alimentava-se do fruto da terra e de doações que por vezes recebia de seus compatriotas, os quais servia com sua sabedoria, não era rico, mas todos seguiam seus sábios passos.
 Certa vez, um estrangeiro passava por aquelas terras, e ouvindo falar do mesmo foi ter consigo. Ao encontrá-lo surpreendeu-se com a maneira com que o mesmo vivia. Vendo o lugar onde vivia o homem sábio indagava-se como ele que era conselheiro de seu povo vivia daquela forma, sem privacidade, com quase todos ao seu redor a quase invadir-lhe seu lar de tanta proximidade que havia entre as casas dali.
 Bateu a sua porta, ao que fora recebido por um jovem, questionou-lhe sobre o sábio. Este informou que era o filho do mesmo, e que ele estava em suas atividades. Tinha partido cedo para o riacho, onde também encontraria seus compatriotas, e muitas vezes ali era onde exercia sua sabedoria. O forasteiro pediu então ao jovem que lhe dissesse como chegar ao lugar exato onde poderia encontrar seu pai, o que prontamente foi atendido.
 Após não mais de meia hora de caminhada, por caminhos tortuosos, chegou onde fora instruído, ali chegando viu o homem rodeado de aldeões, sentava-se sobre uma pedra e  falava-lhes das coisas que sabia, a fim de auxiliar-lhes.
 O estranho foi ter consigo e apresentando-se, pediu-lhe alguns minutos de seu tempo, que lhes foram concedidos.
 “Sou cidadão das terras do norte”, disse, “e estando de passagem por aqui me fora dito de sua sabedoria, e vim ter contigo”. “No que te posso ser útil, irmão?” respondeu ainda sentado, sem movimentar-se muito. Os que ali com ele estavam deixaram o local, aprenderam com o homem que há tempo para tudo e para todos, e entendiam que aquele tempo era daquele homem.
 “Em minha terra há um guru, o que me parece que buscas ser para os teus pares, mas ele vive em riquezas, e me surpreendi ao ver como vives....”.
 E continuando a falar-lhe, convenceu-lhe a deixar sua terra para ter com este guru, no fundo era conhecedor da corrupção humana, e compreendia que a grande maioria dos conselhos que dispensava era para resolver problemas gerados pela falta de recursos dos que ali vivam, pensava consigo que se fosse ter com esse guru teria por resolvido grande parte de suas pelejas, acumularia bens, e não seria mais teórico, mas prático na ordenação da vida de seus patrícios.
 Seguiu em viagem por nove luas, até chegar às terras do norte, onde finalmente encontraria o guru. Ao chegar a vila principal, avistou um palácio no alto de uma colina, e logo imaginou que ali viveria o rei dentre eles, no que tivera retificado o pensamento com a informação que ali era a residência do mencionado sábio local. Por estar acompanhado de um dos líderes dessas terras, não enfrentou problemas em ser recebido por este, porém antes o mesmo pediu que ele ali ficasse por mais três luas antes de vir a seu encontro. Nessas três luas, notou tudo e todos naquele vilarejo, eram de fato ricos e bem sucedidos, viviam em grandes casas, com grandes espaços entre si, era como se cada um tivesse seu próprio pequeno reino, diferentemente do seu lugar de origem. Andavam em suas suntuosas carruagens, o que fazia com que as ruas estivessem sempre em permanente comemoração, se comparado a sua pátria, onde só viria algo parecido em ocasiões de festividades.
 Finalmente era chegado o momento do seu encontro com o guru, em seu encontro não deixou de perceber o luxo daquele local.
 “Excelência”, iniciava assim sua fala. “Venho das terras do sul, onde vive meu povo, a quem sirvo, assim como serviram meus  antepassados, e me foi feito conhecido a forma como vivem os dessas terras, e com a finalidade de melhor colaborar com os meus, vim ter contigo, para que me auxilies em seu desenvolvimento”.
 O velho que se assentava em uma grande almofada ergueu-se e tomando-lhe pela mão, levou-lhe à sacada que estava a poucos metros de onde sentava. “Olhe, veja todos daqui. Há um grande rio nesse local, mas ninguém usufrui dele para compartilharem suas vidas. Há também largas ruas, mas os que ali passam não param para cumprimentar-se, suas carruagens são a única referencia de quem ali está. Olhe as casas, são tão grandes, belas e muradas, que nenhum divide com o seu vizinho a alegria do que possui. Volta e diz a teu povo para irem ao encontro das águas, mas ensina-lhes dessa forma, assim eles irão ali e almejando ir buscar encontrar algo nas águas encontrarão a si mesmos. Diz-lhes também que economizem os recursos e construam casas próximas umas das outras, para economizar o material de suas construções, e compartilhando a mesma parede entre suas casas eles farão de seus lares um e que deixem as carruagens e os cavalos guardados para buscar o que lhes forem necessário em tempos de dificuldades, assim terão sempre meios para mais do que imediatamente o fazer, mas dessa forma eles caminharão nas ruas e encontrar-se-ão, cumprimentar-se-ão e conhecer-se-ão. Entendes meu caro? Faça o sentimento de fraternidade crescer entre eles e serão um povo próspero e desenvolvido, sede tu exemplo para eles.”
 O homem sábio teve seus olhos cheios de lágrimas e saiu de sua presença sorrindo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A colheita da semente não plantada

Todos os dias uma pequena família de agricultores se reunia perto do riacho que passava perto de sua casa. Eram felizes, e viviam basicamente do que cultivavam. Passaram por algumas más situações em outras épocas, mas sempre esperavam com esperança pelo tempo vindouro. Compartilhavam o que possuíam com seus vizinhos, eram-lhes como família também. Ali, próximo a eles, havia duas propriedades que em dimensão assemelhavam-se à deles, em uma delas o seu proprietário plantava flores, era genial a forma como o mesmo conseguia colher durante todo o ano, na outra havia um velho senhor, de quem pouco se sabia a respeito, sua propriedade parecia não cuidada, e ele poucas vezes era visto. Chegava o outono daquele ano e toda a plantação dessa família estavam pronta para ser colhida, belos frutos eles eram. Chegou a época da colheita, e todos da família se empenharam ao máximo para aquela colheita, e do resultado da mesma, como sempre, compartilharam com os que estavam próximos de si. Naquele ano, como ocorria anteriormente, em sua divisão eles negligenciaram o velho vizinho. Logo após a primeira colheita, veio uma tempestade que devastou toda a área, todo seu trabalho de meses destruído em uma noite. O mesmo ocorrera com todos na área, das belas flores restavam apenas pétalas, que agora se espalhavam em todo o campo ao redor. Todos entraram em desespero, não tinham a quem recorrer. Sabiam, porém que o vizinho das flores as comerciava e, portanto teria possibilidade de ir ao seu auxílio, e foram ter com ele, e passaram pela propriedade, mais do que devastada do velhinho, mas a sua aflição era tamanha que não pararam ali para nada. Ao chegarem à propriedade do florista, encontraram-no em prantos. Dirigiram-se a ele, ao que descobriram que todas as flores que plantava não lhe eram suficiente para cobrir as despesas de sua casa, mas o fazia por amor à beleza e pela felicidade que trazia a si e aos outros. Sentiram a dor do mesmo e cabisbaixo regressaram a casa, notaram em seu retorno que a casa do idoso perdera parte de seu telhado e preocuparam-se com o mesmo, ainda que com pouquíssimo contato, foram até a sua porta e ao baterem não houve resposta, adentraram então para encontrar o senhor deitado em sua cama, sem vida, segurando uma das flores que o vento levara a sua casa e em sua mão direita um bilhete que dizia: “ Caros vizinhos, escrevo-lhes esta nota como agradecimento pelos anos felizes que me foram proporcionados, em meu coração foi lançada uma semente por vocês, dentro da gaveta ao lado da mesa há algo que gostaria que lhes fosse útil e gostaria que o aceitasse, Gael”. Foram até a mencionada e ao abrirem encontraram uma bolsa cheia de moedas de ouro, que era mais do que suficiente para si e para o florista manterem-se por todo aquele ano. Não entendiam o motivo de sua generosidade, até também encontrarem seu diário, onde leriam: “Hoje é dia de alegria, meus vizinhos iniciaram a desfrutar do resultado de seu esforço, eles estão felizes, terão alimento para todo o semestre, e com sobras para manterem-se o resto do ano, eles enchem meu coração de alegria ao ver seu coração, como eles andam pra todo o lado com suas cestas cheias e eles se alegram em dividir o que vem de seu suor, e não sabem o quanto que contribuem para meus dias, mesmo quando sei que eu serei esquecido. Mas quem há de se lembrar desse velho? Como eu gostaria de ao menos poder dizer a cada um o quanto eles são importante para mim e como alegram meus dias com sua música, seus sorrisos, com as cores e fragrâncias das flores....” . A mãe, entre eles, chorava ao ouvir o escrito e o mais novo entre eles os olhava, quando lançou sua questão: “Como podemos pagar a ele papá? Não plantamos e lhe vendemos, como agora receber esse fruto se não plantamos tal semente?”

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Os olhos da felicidade augusta

“As menores coisas da vida podem ser as mais importante”, repetia a si mesmo o jovem augustiniano. Em sua terra Augustia todos viviam em termos comuns, a alegria de um era a alegria de outro, e a tristeza do outro era motivo de buscar meios para fazê-lo sorrir, assim vivia esse representante de uma geração de vitoriosos.
 O tempo levara-lhe a, provisoriamente, instalar-se em casa de familiares, onde receberia cuidados e instrução para sua melhor contribuição à sua tribo, estudava com afinco e determinação, julgava que os lucros e dividendos dessa empreitada seriam o conhecimento e a teoria que obteria desse tempo. Encantava-se com o que via, mas algo lhe faltava, estava a conquistar seu quinhão no mundo, mas com quem dividiria isso, agora que se encontrava em meio hostil em relação a sua outrora realidade? Buscava adequar-se, no afã de não se isolar. Inicialmente pensou em tentar mudar os que escolhera, mas observava que os mesmo terminavam por buscar distancia de si, e descobrira que a única pessoa que podia mudar era ele mesmo, em prol do relacionamento com outros e do senso comum, mas sabia que devemos nos questionar se vale a pena essa mudança, e se muitas vezes ela não implicaria em violência e agressão a nossa personalidade. Essa realidade entristecia-lhe: como ir de encontro com o que acreditava para encontrar aqueles que participariam de suas conquistas? Se aqueles mesmos eram os que ele desejava compartilhar do que agora obtinha, se mudasse não seria mais ele, se não mudasse seria excluído dentre os que ele almejava estar próximo. Seus olhos brilhantes naturalmente, agora brilhavam ainda mais, dessa vez pela companhia que as lágrimas lhes faziam. Sofria, mas sorria também, afinal como os de seu povo, encontrava tempo pra sorrir com os que sorriam, mas ao se ver triste o que pensava e movia-lhe era a certeza de que dentro de si havia algo que traria de volta seu sorriso, a certeza de ser imagem e semelhança de Deus.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que queria ser príncipe


No velho reino de Avegingon vivia um príncipe, ele tinha vindo de terras distantes. Encontrara nesse reino um ar amistoso e ali se instalara, não era principe em seu país de origem, mas ali lhe fora conferido esse título, a verdade a sensação de ser um príncipe o levou a deixar sua terra longinqua e ali se intalar. O que o príncipe não sabia era que nesse novo reino que se instalara havia também outros que como si também pensavam em reinos distantes, onde eles seriam visto como príncipes. O desejo de ser grande era tão grande que nem perceberia os revézes que tais escolhas trariam. Quem seria sua esposa, onde viveria e como seria a sua descendencia no local. Ali viviam dois barões que não almejavam ser príncipes, mas ter-lhes outorgado a promoção a conde. A vida dos mesmo era cheia de desafios, mas eles tinham uma vantagem sobre o príncipe, eles era reais no reino, eles embora em menor  posição eram locais, e conheciam aquela terra melhor do que qualquer estranho naquele reino. Os mesmos detinham uma fatia do reino semelhante ao seu agora nobre par. O príncipe ao saber que os jovens barões possuiam algo que ele poderia usar, para ter melhor colocação e conceito locais interessou-se pelos mesmo, mas incomodáva-lhe o contato com os menores entitulados, e buscou incensantemente o contato com a aristocracia local, tentava a todo custo a elevação estatutária pelo que considerava lucrativo, promover-se através da comparação com os nobres temporões, e julgou que isso lhe seria de extremo benefício, e agia então com despreso pelos mesmos, não conhecia, o pretencioso príncipe, o rei de fato e direito, e impressionou-se a ver que este, quando veio a ter com a corte, dirigiu-se com um de seus filhos, este príncipe de fato, primeiramente aos que ele elevara, por consequencia dessa sua visita a condes, de barões a condes e abraçou-lhes com grande júbilo, e o príncipe, por pretenção e sensação, não conseguira se aproximar dele e não podia contar com os condes que outrora esnobara.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O guerreiro perdido e o gênio




 Ele partiu de sua casa em disgreção, queria conhecer outros mundos, era ser livre, e nada o detinha a nada ou a ninguém, era como pássaro livre, assim foi seguindo, em seu caminho encontrou a famosa lâmpada mágica do gênio, feita a ouro. “Quem me libertou?” disse-lhe o gênio, nela contido. “Fui eu”, disse ele com voz tremula, assustado ainda com o que acontecia. “Por teres me libertado conceder-te-ei três desejos, eles serão em troca de minha liberdade”. Ele sem pensar no que ouvira, se pôs a imaginar que pedidos queria ter realizados. “Quero conhecer todo o mundo”, se precipitou fazendo o pedido. “Assim seja”, respondeu com a mesma precipitação. E assim fora-lhe concedido, esteve nos mais variados lugares do mundo e se impressionou com o que vira, tudo tão novo e tão diferente. Mentalmente repetia que era aquilo que ele queria, era onde ele queria estar, porém assustava-se toda vez que visitava outro local e que sentia a mesma sensação que sentira previamente, já perdia a referencia de localidade e de pertencer a um lugar. Após visitar todos os locais imagináveis retornou ao ponto inicial de sua jornada, que era já afastado de sua região original. Sentia-se totalmente entranho em sua própria casa.“Então meu senhor? Como foi em tua aventura?” perguntou o gênio, ao que fora respondido com um “Brilhante, mais do que esperava”. “O que agora meu senhor? O que desejas?”. “Quero conhecer o poder, ter poder sobre outros como os governantes que eu vi nos lugares que visitei”, e isso lhe foi concedido instantaneamente, conheceu e participou de vários meios, dentre os que governavam o mundo que conhecera, e impressionou-lhe o montante de riquezas que encontrava nesse meio, e estava convencido que estava ali o fator de controle sobre as pessoas que teve contato. E no reencontro com o gênio da lâmpada não titubeou em fazer o seu ultimo desejo: “Eu quero terminar meus dias rodeado de ouro, quero viver onde eu nunca saiba o que é estar distante de tal preciosidade que encanta e domina povos” disse certo de si. O gênio mais do que rapidamente realizou o seu desejo, aprisionou-o em sua lâmpada dourada, e encontrou liberdade pra si mesmo...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O que guerriava pela paz!


 “Meu mundo acabou”, depois de ter passando por anos vivendo em pleno céu na Terra o jovem terézio* se defrontava com uma nova realidade. O que fazer? O que antes era chamado príncipe entre alguns, agora passa a ser menor que os que serviamente o rodeavam. O tempo parecia-lhe tão parceiro, que era certa em sua mente “a vida é boa”, sim ela era. Crescera em um lar de luxo e descomedido de restrições, que nunca notara a sorte que a sorte lhe trazia inicialmente, como os ventos não sopram, nem a chuva cai, nem o sol brilha sobre o mesmo solo, assim foi a descida na vida do jovem. Inicialmente veio-lhe uma sensação, não de derrota, mas de frustração com a vida. “Que coisa sem graça e ingrata é a vida”, estranho por partir do mesmo que outrora seria o mais fiel aliado da vida. Passou assim a conhecer o fel que traz as mudanças inesperadas e ainda indesejadas na vida. O que fazer então? Tinha uma família, que todos julgavam fora dos padrões, mas uma família, e do sofrer e do não desistir dos mesmos sugira uma busca que aparentava não existente até então... A busca pela paz.                                                                          
 Como todo jovem à sua época, o terézio desejava vivenciar e usufruir de cada momento que era reservado a todos, mas como fazê-lo? Passou a viver em várias vilas, alguns como convidado, outras por tentativa de encontrar a paz e ainda outras que lhe foram impostas, como aquilo mexia consigo, como ele se afligia com o que o futuro que não sabia aonde o iria levar. O que mais impressionava nessa figura jovial era a paz que de tanto buscar passara a fazer parte de si. Vendo os familiares aflitos, não afligia com eles, mas pregava a paz, os amigos que se tornaram família, a mesma paz, os amigos do passado e os do presente, não diferentemente, propagava a paz. Essa divulgação pacífica levou a ser conhecido pelos que rodeavam como o amável, quem poderia desejar mal a tal pessoa? Vivenciando todos os revezes que alguém tão prematuro em experiência de vida, ele ainda conseguia refletir luz, amor, esperança, dedicação, cuidado e um monte de etcs... Que se resumiriam em uma única palavra PAZ. O que seria paz? Não era o conforto de outrora? Ou a certeza de que tudo ia bem? Onde encontrava então, este ser juvenal, tal estado?
 Seus amigos sempre que discutiam ou se demonstravam agitados e descontentes com alguma situação sempre recebiam do terézio afago, abraços e canções... Sim as canções às vezes fora do tom, mas cheias de alegria. A vida às vezes parece querer nos convencer de que a paz que tanto buscamos está nas coisas que temos, ou até no que recebemos e obtemos, mas esse guerreiro da paz, sim da paz, por que não com discursos eloqüentes, ou por formação acadêmica impressionante, transmitia a todos ao seu redor a mesma mensagem, paz, a paz não está no que aparentemente esperamos, não estar em ter, mas em fazer o irmão ter, não estar em sermos saciados, mas em saciar, não está em receber, mas doar. E isso partindo de alguém com trajetória tão conturbada causava ainda mais espanto.
 Até quando precisaremos de armas, de políticas, de cuidados desnecessários para estabelecermos a paz? Por que não encontrá-la na doação do que somos e temos em prol da boa causa de sermos chamados filhos de Deus? 

O Ninja

Dia de sol, galera junta, reunidos para uma cervejinha e um papo qualquer, uma situação acontece... dentre tantas histórias de como cada um ali presente se mostrava em vantagem, todos otimizarem suas eficientes maneiras de agir com o mundo e de lidar com o mundo. Uns conseguiam bons resultados em provas, outros promoções no trabalho, ainda alguns que eram bons filhos em casa e isso lhes valia como crédito pessoal. Dentre eles havia o pequeno. Esse só achava que está ali era a vantagem que ele tinha. Ele se deliciava com a companhia dos companheiros e, por muitas ocasiões, ele pensava em se algum dia conseguiria ter algo vantajoso sobre os demais. Todos demonstravam-se excelentes na parte da humanidade que se propunham ser, bons seres humanos, que privilégio era estar com tal seleção dessa raça. Passara horas em contato com estes, até que algo inusitado ocorre. Do meio do nada, vindo de lugar algum, aparece-lhes um irmão, irmão humano, de raça, quiçá de cor, arrastando-se pelas vias que o levaria pra casa. E TODOS olharam-lhe e ignoraram-lhe, seria por demais vexatório ser visto ao lado de tal espécie, até o pequeno ninja ficou sem reação, a sua falta de idade e maturidade, o fizeram estático. A quebra do gelo daquele momento ocorreu quando do outro nada veio o que seria o herói deste momento, o grão-ninja, este ao ver a reação de todos, dirigiu-se ao irmão incapacitado, e indagou-lhe: "De onde vens e para onde vás irmão", ao que este respondeu: "atento chegar a minha casa, mas já não mais tenho controle de meu corpo, e esta minha condição repele os outros, não te preocupes comigo, irei como sempre dar o melhor de mim, e lá chegarei". "Hoje você não precisará se arrastar, eu te levarei comigo" disse o grão-ninja. "Absolutamente não meu senhor, veja estou sujo, nem mais me contenho, e hei de sujar-te também". E estas foram as ultimas palavras do grão-ninja antes de ter-lhe no colo e caminhar com ele até sua casa: "Em minha casa eu tenho água para banhar-me e roupas limpas para me trocar, não há sujeira permanente, mas este ato sim, espero que o seja". E seguiu....
 O tempo passou, e dali de todo aquele grupo de excelentes e vantajosos jovens, surge um coração que fora mudado e que desde então tem tido como baliza para viver o amor pelo próximo. Muitos dos grandes guerreiros da história se fizeram conhecidos, os ninjas porem, agem com precisão e quando e onde ninguém ver, não precisam ser notados, mas deveriam ser copiados.

domingo, 18 de setembro de 2011

O guerreiro que perdeu a coragem


 Todos em Wolfgangville sempre ouviram falar desse pequeno exemplo e extrato de coragem, o pequeno lobinho, o mais novo de sua raça, parecia ser o que traria a restauração dos bons valores perdidos a sua família, criança, ainda que temendo enfrentou dragões, leões e outras espécies de seres bestiais e animais selvagens. Ele demonstrava tanta coragem, mas se pergeu quando se encontrou com um adversário que ele não saberia como pelejar contra. O pequeno de uma família de lobos encontrou-se a si mesmo, e suas vaidades o deixaram fracos, ele tinha medo agora de lutar por que sabia que das lutas seus pelos seriam danificados ou somente sujos. Queria manter sua boa fama, mas também queria evidar qualquer afronte que o tirasse o que ele agora valorizava. Anos passaram e ele evitando o real confronto com seus concorrentes, acabou por se aliar aos mesmos. Passaram-se mais outros anos e ele notara que agora não era mais dos corajosos, mas sim os que os novos corajosos combatiam.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Guerreiro de "pai" José


 As vezes eu me pego pensando nas inúmeras pessoas que eu conheço, meu Deus, quem está certo? Pai José, quem não se lembra dessa referencia histórico-cultural? O negro que sofria calado, e resistia, não era acomodado, tinha lá seus meios de demonstrar sua revolta. Ontem eu estive pensando, "será que eu, sendo de pele branca, também sou um guerreiro de 'pai' José?".
 O Guerreiro é aquele que suporta tudo, ou quase tudo, afinal todos temos nossos limites. Suporta ser convidado a eventos e encontros, que detestaria participar, até a ser constrangido por pedidos e visitas alheias, dos que denominam-se amigos.
 Amigos? Alguém que não vemos há meses, vivendo há não mais de poucos quilômetros de nós? Ou que esperam pra nos ligar para depois de um "oi" fazer aquele pedido que logo depois se pensa "fudeu, me colocaram em uma situação que eu não queria estar".
 O levante joséíno deve ocorrer dentro de nós, a revolução começa dentro das veias jovens que percorrem nosso corpo levando o sangue novo de idéias a todas as partes do mesmo, e o golpe é imposto pelas velhas e ultrapassadas idéias que se mantem no mesmo.
 Criemos coragem, ela  é vital para mudarmos o quadro em que somos forçados a ser guerreiros de uma batalha por sobrevivência. Quem disse que temos que ouvir rock, quando queremos ouvir pagode? Ou tomar cerveja quando queremos vinho? Ou falar de futilidades, quando o que nos gera calor no sangue é falar do papo chato que todos não discutem, por não saberem do que se trata.
 Autenticidade e respeito perpétuo, são as principais armas para se vencer esses obstáculos na vida, como estão as suas?